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Laboratório de Planejamento Urbano e Regional

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VULNERABILIDADE SOCIAL E TRANSFORMAÇÕES NA CIDADE DE FORTALEZA

ADAPTADO POR:

Francisco Gabriel da SILVA NETO

silvanetofg@alu.ufc.br

Anderson MARREIRA

Bianca PITOMBEIRA

Patricia MARQUES

Universidade Federal do Ceará

 . 

Buscando apreender acerca de Fortaleza, uma das maiores e mais importantes cidades na rede urbana do país, e também uma das mais desiguais, Rachel Araújo (2015) buscou, a partir da sua pesquisa de dissertação, compreender a vulnerabilidade social no espaço urbano de Fortaleza entre os anos 2000 e 2010. 

Por meio da morfologia urbana, formas de habitar, oferta de saneamento básico, mobilidade urbana e entre outros aspectos, é possível enxergar as contradições presentes no espaço urbano. O estudo mostra observar as diferenças socioeconômicas na produção do espaço e a existência de áreas vulneráveis decorrentes de fatores naturais, históricos, culturais e políticos. 

E para alcançar seus objetivos, a autora seguiu etapas, tais como: levantamento bibliográfico; análise de dados referentes ao Censo Demográfico para os anos mencionados; coleta de dados e a sistematização minuciosa das mesmas em um banco de dados sobre renda, educação e qualidade de habitação em grupos sociais diferentes, e partir daí um índice de Vulnerabilidade Social (IVS). É interessante informar que o intervalo de tempo escolhido para análise deu-se devido a ser uma época de constantes políticas governamentais importantes para a transformação da Fortaleza que se define atualmente. 

A cartografia produzida para a pesquisa abordou a espacialização da vulnerabilidade social da cidade de Fortaleza em 2010, na qual é apresentada a heterogeneidade da cidade por meio de fotografias, formando um mosaico que apresenta as contradições urbanas.

Os critérios utilizados para selecionar as áreas da capital foram: os dados do IVS e trabalho de campo, no intuito de proporcionar um maior detalhamento e discussão sobre a vulnerabilidade social. As áreas delimitadas reúnem características diversas, de acordo com a sua formação, dados socioeconômicos, demográficos, disponibilidade de infraestrutura e serviços, como também diferenças nos índices de vulnerabilidade social.

Neste segundo mapa, três áreas da capital foram escolhidas com o propósito de discutir de que forma a vulnerabilidade social se materializa com suas respectivas peculiaridades. 

A área sudoeste da capital reúne bairros com alta concentração populacional. Na área localizada no extremo leste, situada no bairro da Sabiaguaba, conta com três setores censitários e tem baixa pressão demográfica. A terceira e última área selecionada é situada em dois bairros de Fortaleza, ao contrário das duas primeiras, concentra os melhores índices de vulnerabilidade social, classificados como baixo e muito baixo. No entanto, nesses bairros, encontramos setores censitários com índice de vulnerabilidade social média, o que destoa da área ao redor. 

Os mais diversos processos que ocorrem no urbano vão transformando a cidade. Em Fortaleza, podemos notar que as algumas áreas ocupadas pela população mais pobre no século XIX, ainda hoje, apresentam certo grau de vulnerabilidade social. Essa dinâmica não se manteve por acaso, muito pelo contrário, dentro da estrutura de desenvolvimento do planejamento da capital cearense, os interesses da elite foram privilegiados em detrimento das necessidades da maioria da população, acarretando na manutenção da vulnerabilidade social em determinadas áreas. Dessa forma, podemos afirmar que a vulnerabilidade social não deriva apenas da situação atual de pobreza ou distribuição desigual de renda, mas também, de processos históricos.

O IVS da cidade de Fortaleza comprovou que entre 2000 e 2010, houve um crescimento na quantidade de domicílios chefiados por mulheres, essas chefes de família, muitas vezes não possuem cônjuge. Apresentam uma dificuldade de se inserir no mercado de trabalho e tendem a receber salários menores.

Quando se trata dos índices de educação podemos notar uma menor discrepância no IVS, pois são baixos os índices de analfabetismo dos responsáveis por domicílios, na capital cearense. Entretanto, quando comparado, os bairros periféricos apresentam índices maiores do que os demais. Com isso, podemos perceber que entre os anos de 2000 e 2010, Fortaleza apresentou uma significativa redução das taxas de analfabetismo. 

Em relação a qualidade da habitação, os aspectos positivos encontrados foram a universalização de serviços de água e coleta de lixo. Porém, quando se trata do acesso a rede de esgoto há carência em diversos setores censitários. Entretanto, foi investido na ampliação dessa rede nos últimos anos.

Os indicadores de renda e qualidade de habitação são considerados entre médio a muito alta em alguns setores censitários da capital, principalmente nos bairros próximos aos limites da cidade. No geral, houve uma pequena melhora no IVS, fomentado por políticas públicas de transferência de renda, habitacionais, educacionais, entre outras.

 

ARAÚJO, Rachel Vieira de. Vulnerabilidade social: transformações no espaço urbano de Fortaleza no início do século XXI. 2015. 159 f. Dissertação (mestrado em geografia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 2015. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/16903

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