Área do cabeçalho
gov.br
Portal da UFC Acesso a informação da UFC Ouvidoria Conteúdo disponível em:Português
Brasão da Universidade Federal do Ceará

Universidade Federal do Ceará
Laboratório de Planejamento Urbano e Regional

Área do conteúdo

A Metrópole Confeccionada: O Comércio Popular de Confecção no Centro de Fortaleza

ADAPTADO POR:

Mariana Ingrid Sousa Melo

marianaingridsousa@gmail.com

Universidade Federal do Ceará

A cidade de Fortaleza atrai um número expressivo de pessoas da sua região metropolitana, 53,4% da população urbana do estado do Ceará, se comparado ao interior do estado, bem como investidores e turistas de várias partes do Brasil, por conta da sua considerável atividade comercial, turística e de oferta de serviços. No passar das décadas a cidade cresceu e adquiriu feições de metrópole e assim é necessário compreender a nova configuração socioespacial do Centro da cidade no cenário dessa metrópole.

Figura 1 – Linha de ônibus da Região Metropolitana com parada final no Centro de Fortaleza.

Fonte: BEZERRA (2013).

De acordo com Bezerra (2013), a influência do Centro ultrapassa os limites da cidade e abrange toda Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), como é visto na figura 1, apresentando a origem do público que procura o local para satisfazer suas necessidades de consumo, lazer, dentre outras, tornando o Centro um lugar comercial e de serviços para a população, destacando-se saúde e educação, bem como o comércio popular, sendo este um fator que impulsiona uma dinamicidade do Centro.

Dessa forma, a partir da leitura da espacialização da dinâmica socioespacial do comércio popular de confecção no centro de Fortaleza, percebeu-se que esta área, ao longo dos anos, expandiu-se, modificando os espaços, consolidando territórios, estruturando relações que ultrapassaram os limites da área central, uma vez que as transformações ocorridas, a partir da sua modernização veio um novo contexto metropolitano, onde destacam-se os serviços de saúde e educação, bem como o comércio popular. Sendo esse comércio um importante fator que impulsiona uma dinâmica singular, assim nesse bairro permitiram a existência de relações que se estabelecem em nível regional.

Essas atividades, destacando-se a dinâmica do circuito de venda de confecção, estão inseridas no circuito inferior da economia urbana, exemplificado pelos ambulantes, camelôs e feirantes do bairro. Focando especificamente na dinâmica socioespacial do comércio de confecção do centro da cidade de Fortaleza no qual, registrou-se, na última década, um percentual de mais de 50% da população economicamente ativa inserida nesse tipo de atividade, segundo o Sistema Nacional de Empregos e o Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT), sendo destaque como grandes geradoras de emprego.

 

Figura 2 – Corredor de Comércio Popular: Praça José de Alencar, Antigo Beco da Poeira e Praça da Lagoinha

Fonte: BEZERRA (2013).

 

Em Fortaleza, os dois maiores símbolos do comércio de confecção na cidade são principalmente o Beco da Poeira e a Feira da Sé, sendo possível visualizar tanto a dinâmica, como o fortalecimento dessa atividade do circuito inferior da economia sobre o espaço. Mas o Beco da Poeira, junto com a Praça José de Alencar e da Capistrano de Abreu (Lagoinha) tornaram-se importantes centros do comércio popular da capital e durante muito tempo estruturou um verdadeiro corredor de comércio popular, como é possível visualizar na figura 2.

Segundo Bezerra (2013), o comércio de confecção é alimentado a partir da articulação entre pequenas fábricas ligadas ao circuito inferior, no qual o abastecimento de matéria-prima é estabelecido pelo próprio centro, além da obtenção de equipamentos para a produção da mercadoria até o consumo e a utilização de serviços por meio de compradores de outras cidades do interior do estado e de cidades de outros estados (até países), permitindo uma proximidade do circuito inferior em relação ao superior.

Portanto, o comércio de confecção do Centro de Fortaleza ganhou força e tornando-se importante para a economia da cidade, polarizando a RMF, diversos estados e países (pensando numa escala global), de modo que, a sua atuação ultrapassa diversos níveis escalares, e possuindo relações comerciais independentemente da hierarquia urbana.

Referências Bibliográficas:

SILVA, Eciane Soares da. Dinâmica socioespacial do comércio popular de confecção no centro de Fortaleza. 2013. 156 f. Dissertação (Mestrado em geografia)- Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 2013.

Logotipo da Superintendência de Tecnologia da Informação
Acessar Ir para o topo