Espacialização da Indústria e Empregos Ligados a Confecção no Nordeste
ADAPTADO POR:
Rodrigo Alves de LIMA
rodrigoalvesdelima13@gmail.com
Universidade Federal do Ceará
A teoria dos circuitos da economia urbana (SANTOS, 2008) é o instrumento para a análise da dinâmica confeccionista neste trabalho. (MARLON SANTOS, 2017) inicia a investigação na Região Metropolitana de Fortaleza e depois parte para demais áreas no Nordeste, onde as atividades do setor de confecção também são notáveis, observando também a diversidade existente tanto no que diz respeito à espacialização da produção e consumo dentro dos estados, como quanto a diversificação dos produtos de acordo com o polo de produção.
O Mapa 1 mostra a localização das indústrias de confecção nos municípios nordestinos no qual estão concentradas sobretudo nas Regiões Metropolitanas de Fortaleza, Natal, Recife, Salvador e Feira de Santana. Assim como no Seridó potiguar, Caruaru e municípios vizinhos em Pernambuco, e Vitória da Conquista no interior baiano. (SANTOS, 2017) ressalta em diferentes momentos que os registros formais de localização dessas indústrias obtidos para a confecção do mapa servem também para mostrar a localização da indústria confeccionista que atua de forma invisível a burocracia do estado, mas que está extremamente ligada a dinâmica do meio urbano, observada pelo transporte das mercadorias e quantitativo de pessoas empregadas. De acordo com Santos (2017), essas indústrias são de pequena capacidade e se beneficiaram diretamente dos incentivos fiscais do governo federal entre os anos de 2003 e 2016. Desta forma, observou-se que estas indústrias se instalaram em municípios metropolitanos ou não de forma diferenciada, visto que elementos como matéria-prima, logística e mão de obra foram levados em consideração para a produção das confecções.
Mapa 1 – Localização das indústrias de confecção no Nordeste.
De acordo com a figura 1, a maioria das indústrias de confecção estão instaladas no Ceará, de forma que, a sua localização estratégica pode ter sido fator fundamental para a instalação destas indústrias no estado, juntamente com políticas de incentivos fiscais enfatizaram a centralidade encabeçada por Fortaleza na Região Metropolitana e sua influência nas relações comerciais nacional e internacional.
A geração de renda, atuação de agentes produtores do espaço como os donos do meio de produção juntamente com a intervenção do Estado fez com que alguns municípios se consolidassem no ramo de confecção tornando-se símbolos desta produção. O mapa 2 mostra o número de empregados das indústrias de confecção e, em comparação ao Mapa 1, é possível observar que os trabalhadores das indústrias habitavam nas proximidades dos polos de produção, seja no próprio município ou nos municípios adjacentes. É importante observar que as capitais lideram a contagem de empregados no setor, em relação aos demais municípios de seus estados, mas existe uma exceção no caso Pernambucano, onde o município de Caruaru, no agreste, tem a maior quantidade de empregados em confecções do estado, superando inclusive municípios populosos da Região Metropolitana do Recife, posicionando o município na vanguarda deste setor no estado.
Mapa 2 – Empregos por município das indústrias de confecção.
Santos (2017) ressalta a importância do tema trabalhado justificando a importância da indústria têxtil no espaço urbano nordestino. Constatando que o circuito inferior se modificou a partir da tecnologia, capital, publicidade e crédito. Enquanto o circuito superior marginal se expandiu e adquiriu características que permitem o diferir dos demais circuitos da economia urbana. Também foi mostrado que a produção têxtil não se concentra apenas nas metrópoles nordestinas, mas encontra espaço de atuação no interior, como no agreste pernambucano e no seridó potiguar.
Referências Bibliográficas
SANTOS, Marlon Cavalcante. Um estudo dos circuitos da economia urbana na indústria confeccionista do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia. 2017. 267 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/28275. Acessado em 07 de dezembro de 2020.