O Turismo, as Políticas Públicas e a Geografia no Estado de Goiás
ADAPTADO POR:
Hirma de Lucena OLIVEIRA
hirmalucena@gmail.com
Isabella Freires Tavares
isabellatares@gmail.com
Universidade Federal do Ceará
As políticas públicas constituem um quadro geral de ações que apresentam um conjunto de metas ou objetivos a serem alcançados, aplicados em diversos âmbitos, em prol da sociedade, atingindo um público-alvo (ou vários públicos). A análise das políticas públicas, quando atribuídas ao turismo, possuem abordagens distintas, dependendo do contexto político e econômico local.
No presente estudo, nomeado, “A política de turismo no estado de Goiás: um estudo sobre as escalas institucionais de intervenção”, retrata-se como se discorrem as políticas de turismo em Goiás, compreendendo as diretrizes nacionais e estaduais, que influenciam a ordem local, também abordando os efeitos quanto a geração de emprego e renda.
O estado de Goiás possui vários componentes potenciais a atração e dinamização da atividade turística (belezas naturais, infraestrutura, práticas sociais etc.), conjugados a permitir a fluidez ao território dos lugares “turistificados” em diferentes escalas. O turismo na região Centro-Oeste é considerado de baixo impacto, mas de todos os estados que compõem a região, Goiás está em primeiro lugar no que se refere a atividade turística.
Segundo a autora, cabe aos pesquisadores geógrafos ampliar seus mecanismos de diálogo com análises de políticas públicas, uma vez que podem contribuir com o tema, tais quais outras ciências. Em relação ao turismo, é exposto a necessidade de analisa-lo em sua plenitude, pois unificará as interações entre o turista, as empresas fornecedoras de bens e serviços, os governos e as comunidades anfitriã.
Ressalta-se que, mesmo com a política de turismo imposta, existe uma deficiência no segmento do turismo em escala municipal. Ou seja, pouca materialização da municipalização e das ações descentralizadas, como previsto na Constituição de 1988. Para comprovar suas concepções, foram selecionados e analisados os municípios de Alto Paraiso de Goiás, Aruanã, Caldas Novas, Pirenópolis, e Rio Quente (Figura 1).
Figura 1 – Mapa do estado de Goiás e os municípios estudados
Verificou-se que poucos municípios conseguiram se apropriar corretamente do plano estadual de turismo, devido a existência de falhas no processo do planejamento. O poder público municipal também assume dificuldades em responder ao Plano Nacional de Turismo (PNT).
A respeito da geração de emprego e renda, Goiás mostrou um crescimento em relação as atividades econômicas associadas ao segmento, de 2000 a 2013. Vale ressaltar que o Turismo foi o setor que mais proporcionou aumento de empregos no estado.
Dos municípios pesquisados, apenas Aruanã mostrou pouco crescimento na participação de trabalhadores formais (Figura 2), devido a informalidade crescente. O município de Rio Quente se sobressaiu com um crescimento expressivo de 60,06%, sendo considerado, ao lado de Caldas Novas e Alto Paraíso, cidades importantes para o desenvolvimento do turismo, impulsionando o crescimento econômico regional.
Figura 2 – Participação das ACT´s em relação ás atividades economicas em geral por numero de trabalhadores formais
A pesquisa, de modo geral, mostra que o desenvolvimento de políticas públicas do Turismo trouxe avanços e retrocessos não lineares. Em relação a geração de renda e emprego, observou-se o não aproveitamento de moradores locais com formação superior, e a preferência em utilizar técnicos para as práticas turísticas. A autora conclui que o modelo de planejamento turístico ainda é falho, estando no processo de desenvolvimento; e destaca que os estudos geográficos devem dar maior importância aos assuntos que se referem as políticas públicas do Turismo.
Texto de Referencia
Referência Bibliográfica:
Carvalho, Gisélia Lima. A política de turismo no Estado de Goiás: um estudo sobre as escalas institucionais de intervenção. Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Departamento de Geografia, Programa de pós-graduação em Geografia, Fortaleza, 2015. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/20286. Acessado em 27 de fevereiro de 2021.