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Universidade Federal do Ceará
Laboratório de Planejamento Urbano e Regional

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A Cidade Confeccionista: Fortaleza no Centro da Economia Urbana

ADAPTADO POR:

Gleilson Angelo da Silva

angelosilva002@gmail.com

Universidade Federal do Ceará

 

A indústria da confecção está presente em vários países e representa uma forma de produção, acumulação do capital, mas também característica da reestruturação produtiva da década de 1970. Compreendendo, em diferentes níveis de escalas, como este fenômeno ocorre em Fortaleza, capital do Ceará, demonstra a relação da cidade com o mundo a partir desta indústria e como ela está inserida na economia, de modo que, apresenta vários agentes que atuam direta e indiretamente em todo o processo e apreende os principais elementos que justificam a espacialização das confecções e a lógica empregada a partir do trabalho.

Para um melhor entendimento da espacialização das confecções em Fortaleza, o Mapa 1 apresenta como elas estão dispostas na capital.

Mapa 1 – Concentração da indústria de confecção em Fortaleza.

Fonte: Elaborado por Santos (2014). 

De acordo com o Mapa 1, a concentração maior da indústria na área oeste se comparado à leste, uma vez que, é naquela área onde se concentra também a maior massa trabalhadora (SILVA, 1992) e uma mão de obra não tão qualificada (SANTOS, 2008). Esta indústria está presente em todas as regionais enfatizando a sua espacialização em todo o tecido urbano da capital.

Algumas delas estão localizadas em avenidas ou ruas de determinados bairros criando um eixo dinâmico da produção e isto evidencia o circuito inferior da economia urbana (atividade manufatureira), característica de uma atividade em países de capitalismo tardio. A cada tem papel fundamental nesta indústria, pois muitas vezes o espaço se confunde entre o lugar de moradia com o lugar de trabalho. As peças produzidas são revendidas a preços exorbitantes se comparado ao que é pago para cada costureira ou trabalhador direto nestas indústrias. Algumas peças também são revendidas nas feira do Centro da cidade, tais como: Feira da Sé, Beco da Poeira, galerias, dentre outras e, dependendo da peça o preço varia: R$, 0,70 (valor pago por uma camiseta feminina), R$ 2,50 (produção do jeans).

A figura 1 mostra como o espaço da casa se divide entre lugar de moradia e de trabalho, mostrando parte do processo de produção dentro do circuito inferior.

Figura 1 – Aviamentos das peças para montagem da peça de confecção (à esquerda) e peças de vestuário confeccionados ocupando cômodos da casa (à direita).

Fonte: Santos (2014). 

Apesar das peças serem confeccionadas dentro do circuito inferior, elas são vendidas tanto no inferior quanto superior, uma vez que, de acordo com Santos (2008) os dois circuitos não são dicotômicos, mas complementares e interagem dentro do sistema urbano caracterizando-se a partir da fragmentação de um espaço complexo e dinâmico.

Para além de um nível local, os circuitos que fazem com que a cidade se apresente da forma como ela se materializa, os produtos alcançam níveis cada vez maiores havendo uma quebra de hierarquia entre cidades, estados e países criando uma rede conectada e consegue dinamizar cada vez mais a indústria de confecção tornando Fortaleza cada vez mais central tanto do ponto de vista geográfico a partir do fator localização (estratégico para a Europa e Estados Unidos tanto quanto para a América Latina) quanto do ponto de vista do marketing a partir de uma tentativa de emplacar marcas locais em mercados cada vez mais globais. 

 

Referência Bibliográfica: 

SANTOS, Marlon Cavalcante. A DINÂMICA DOS CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA NA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO EM FORTALEZA – CEARÁ. 149 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Geografia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2014.

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