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Universidade Federal do Ceará
Laboratório de Planejamento Urbano e Regional

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A Maritimidade das Cidades de Raposa e São José do Ribamar no Maranhão

ADAPTADO POR:

Hirma de Lucena OLIVEIRA

hirmalucena@gmail.com

Isabella Freires Tavares

isabellatares@gmail.com

Universidade Federal do Ceará

As práticas litorâneas se modificam, historicamente, em diversas cidades inseridas na costa brasileira, associadas ao discurso médico, ao turismo, ao lazer, ao esporte etc. No trabalho “Práticas marítimas modernas no litoral maranhense: A reconfiguração do litoral dos municípios de Raposa e São José do Ribamar”, a autora faz uma análise das transformações quanto a maritimidade no litoral de Maranhão.

As práticas tradicionais se baseavam na moradia popular e no trabalho e foram modificadas em virtude da atividade turística e de lazer. Essa abordagem científica busca compreender como a população tradicional vem se adaptando frente a inserção dessas novas tendências, levando em consideração as especificidades dos municípios estudados.

Deve-se ressaltar que Jacilene Castro, ao longo da pesquisa trata do conceito de maritimidade, definindo-o como a relação da sociedade com o mar e os simbolismos associados. Trada ainda da percepção ligado ao medo, ao bem-estar social, ao lazer e à recreação, a fim de relacionar as particularidades das cidades de Raposa e São João de Ribamar.

Uma característica bastante comum em ambas cidades é a pesca artesanal. Segundo a autora, a atividade permanece há gerações e possui grande potencial de geração de renda ao povo maranhense. Outra prática de grande importância cultural, além do seu potencial econômico, é o artesanato.

A base econômica da cidade de Raposa é a pesca. Vale destacar que lá se encontra a maior colônia de pescadores do Estado. Já São José de Ribamar destaca-se pela pesca, agricultura de subsistência e pelo comércio varejista.

Os pescadores desses municípios encaram desafios quanto ao sucateamento de barcos de pesca, pois a maioria dos pescadores não possui sua própria embarcação, utilizam barcos de terceiros e são obrigados a pagar 50% da receita total da pescaria, obtendo uma porcentagem de lucro bastante inferior.

No município de José de Ribamar, a pesca artesanal é fortemente enraizada a sua cultura, assim como a agricultura familiar. Contudo, a expansão do turismo religioso na cidade abriu espaço para novas formas de geração de renda. Políticas públicas passaram a induzir atividades relacionadas a maritimidade, por meio da instalação de infraestrutura, construção de pousadas, restaurantes e casas de veraneio. Condições a permitir maior dinamização econômica (Figura 1).

Figura 1 – Revitalização do Cais de Ribamar- São José de Ribamar

A respeito do município de Raposa, houve investimentos em infraestrutura, na revitalização de espaços de lazer no litoral (Figura 2), como o projeto Viva Raposa, direcionado a valorização das atividades relacionadas ao turismo, como o comércio e o artesanato. A inserção de novas práticas litorâneas e as modernizações estruturais trouxeram muitos benefícios aos moradores, pois diversificou a economia do município e impulsionou o crescimento do turismo local.

Figura 2 – Pavimento e Iluminação do Viva Raposa

Conclui-se que as cidades de Raposa e São José de Ribamar foram transformadas por meio da apropriação do litoral associado ao turismo. Destaca-se que ambas apresentam de forma similar a pesca artesanal como uma fonte de renda tradicional. A modernização trouxe melhorias quanto ao acesso as praias, iluminação, áreas de lazer (praças), infraestrutura sanitária etc., e de modo geral, possibilitou a geração de empregos e trouxe benefícios aos moradores, que se adaptaram as novas práticas, enquanto as tradicionais resistem as dificuldades.

 

Texto de Referencia

Referência Bibliográfica:

CASTRO, Jacilene dos Santos. Práticas Marítimas Modernas no litoral maranhense: a reconfiguração do litoral dos municípios de Raposa e São José de Ribamar; Universidade Federal do Ceará. Centro de Ciências, Programa de Pós-graduação em Geografia, Fortaleza, 2018. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/43297 . Acesso em: 03 de março de 2021.

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