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Universidade Federal do Ceará
Laboratório de Planejamento Urbano e Regional

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Nordeste Brasileiro: Da Inserção dos Resorts ao Discurso Empresarial Verde

ADAPTADO POR:

Frederico do Nascimento RODRIGUES

Universidade Federal do Ceará

Por meio de uma análise geográfica histórica que se dá no tempo-espaço em movimentos progressivos-regressivos investiga-se a ocupação das ambiências litorâneas, especificamente nas paragens do Nordeste brasileiro. A valorização do mar e do marítimo, se fortalece no alvorecer do século XX e imprime agressiva corrida para o mar. Ocupa-se e valoriza-se os espaços oníricos litorâneos brasileiros, sobretudo, no Nordeste, fazendo emergir políticas públicas/privadas como o Prodetur/Ne I e II que passa a injetar investimentos significativos para desdobramentos de práticas ligadas ao lazer, turismo, vilegiatura e para inserção de tipologias hoteleiras como os resorts.

A geografia dos espaços turísticos nordestinos, apresenta-se de forma mais pujante a partir da consolidação dos polos turísticos. Nesse contexto, a análise recai sob o turismo litorâneo que incide em uma das praias do Nordeste brasileiro, Porto das Dunas, encrustada no território cearense especificamente no município de Aquiraz, região metropolitana da capital Fortaleza. Porto das Dunas localiza-se a 22 km da capital homônima, apresentando-se como uma das porções do litoral cearense e aquiraense visitadas por turistas.

Aquiraz limita-se com os municípios de Fortaleza, Eusébio, Cascavel, Pindoretama, Itaitinga e Horizonte. Segundo a prefeitura municipal, Aquiraz, apresenta oito distritos em sua configuração espacial: sede, Jacaúna, Justiniano de Serpa, Camará, Patacas, Tapera, Caponga da Bernarda e João Castro. O município possui extensão litorânea de 30 km onde se contempla as paisagens idílicas das praias Porto das Dunas, Japão, Prainha, Praia Bela, Presídio, Iguape, Barro Preto e Batoque, vislumbradas na (Figura 1).

Figura 1 – Praias do Município de Aquiraz

 

Dessa forma, percebe-se sensíveis modificações no cenário paisagístico do Porto das Dunas, em decorrência da construção de hotéis, residências primárias e secundárias, resorts, condomínios fechados que impactam e comprometem o meio ambiente.  Esses empreendimentos gradativamente produzem volumes cada vez maiores de dejetos sólidos e líquidos que comprometem a qualidade ambiental do ecossistema litorâneo. Ocupam-se dunas móveis e fixas prejudicando o transporte natural de sedimentos, que em longo prazo ocasiona erosão costeira e diminuição do perfil de praia. Com o desmonte das dunas, retira-se também a cobertura vegetal, os próprios empreendimentos ao se fixarem na praia atuam como barreiras ao transporte natural sedimentar. Aterram-se lagoas interdunares, compacta-se o solo, o que diminui o grau de permeabilidade. Constata-se construções urbano-litorâneas cuja finalidade é abrir espaço para infraestruturas que darão apoio as demandas de lazer e turismo.

Nesse contexto, a natureza apresenta-se como uma mercadoria, passando a ser consumida de forma preocupante. Nesse contexto, observa-se que empresas e empresários passam a ser cobrados pela sociedade, órgãos do governo, leis ambientais e incorporam nas práticas cotidianas dos empreendimentos ações que denominamos de   eco-sustentáveis. Onde se prioriza uma racionalidade econômica, para em seguida direcionar atenções aos impactos ambientais por meio da construção de uma sensibilidade ambiental, propagando um discurso empresarial verde.

 

Para maiores informações e detalhamento, consultar o texto base:

RODRIGUES, Frederico do Nascimento. Turismo e Meio Ambiente: da inserção dos Resorts à (in)sustentável Gestão Ambiental no Porto das Dunas Aquiraz/CE. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará – Centro de Ciências, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Fortaleza, 2016.

Disponível em:

<http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/20081/1/2016_dis_fnrodrigues.pdf>. Acesso em: 23 de março de 2021.

 

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