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Universidade Federal do Ceará
Laboratório de Planejamento Urbano e Regional

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O comércio Popular de Confecção e Suas Dinâmicas Socioespaciais no Centro de Fortaleza

ADAPTADO POR:

Francisco Thalvanys Marques DUARTE

thalvanysduarte@alu.ufc.br

Universidade Federal do Ceará

 

Fortaleza, comparada a outras capitais, teve seu desenvolvimento tardio dentro da conjuntura urbana, tendo como um dos processos mais significativos que contribuíram significativamente foi sua inserção na divisão internacional do trabalho quando começara a exportar o algodão oriundo do interior do estado para Europa ainda no século XIX. A partir dessa relação, a capital cearense teve acesso às técnicas e conhecimentos implicando em um desenvolvimento tanto na economia quanto na melhoria de sua malha urbana fazendo a cidade crescer.

Quanto ao desenvolvimento econômico, a sua representação está a partir do surgimento da indústria têxtil atrelado ao crescimento da malha urbana, concentrando-se no Centro e posteriormente, diminuindo a sua hegemonia gradativamente à medida que a cidade começara expandir para além da zona central. Nessa contextualização, o comércio popular de confecção surge trazendo novos dinamismos ao Centro no qual dois lugares se destacam: o Beco da Poeira e a Feira da Sé (Figura 1).

Figura 1 – Áreas de concentração do comércio popular de confecção no centro de Fortaleza

Fonte: elaborada pela autora, 2013.

Estes comércios surgem quando o público mais abastado se muda para outras bairros e, posteriormente, as sedes dos órgãos públicos também. Dessa forma, o público que se apropria dos espaços do Centro é de classes mais baixas e, logo, as atividades comerciais são enfatizadas pelo circuito inferior[1] onde se caracteriza as atividades econômicas de menor relevância e sem as facilidades do circuito superior[2] como a creditação.

O Beco da Poeira surgira no início dos anos de 1990 e a Feira da Sé surgira no final da mesma década. O Beco da Poeira é considerado um carro-chefe do comércio de confecção atendendo um público tanto da capital como do interior, em 2010, o local do beco da Poeira mudou-se para a antiga Fábrica Tomaz Pompeu, mas sua influência continuara uma vez que está situado na Avenida do Imperador, rota de muitas linhas de ônibus e por estar próxima à Estação José de Alencar da linha Sul do Metrô (SILVA, 2013).

Por conseguinte, a Feira da Sé implicou em maiores dinamismos na localidade onde está situada. Desde seu surgimento a partir de um grupo de artesãos, o local se transformara a partir dos galpões na Rua José Avelino que antes eram utilizados para armazenar o algodão para exportação em épocas pretéritas foram refuncionalizados para abrigar este comércio, além de serem erguidas lojas e um shopping popular na mesma rua. Contudo, boa parte dos comerciantes ainda preferem a rua, pois a Feira funciona em horários flexíveis chegando até a madrugada. Todo esse funcionalismo fará que a Feira tenha um público interestadual (Figura 2) e internacional

Figura 2 – Fluxo de compradores interestaduais para a Feira da Sé

Fonte: elaborada pela autora, 2013.

Já quanto ao público internacional, conforme Silva (2013), é registrado clientes oriundos de Cabo Verde e Guiana Francesa. Toda essa influência ocorre pelo empenho dos trabalhadores, que em suma maioria são do circuito inferior, mais especificamente, sacoleiras no qual trazidas por cerca de 80 a 90 ônibus de outros estados, segundo a Prefeitura de Fortaleza.

Portanto, conclui-se que o comércio popular de confecção é considerado uma força motriz da economia da capital alencarina que abrange um mercado para além de sua metrópole, assim, exercendo uma influência sobre os trabalhadores e o comércio de outras localidades.

Referências Bibliográficas:

SILVA, Eciane Soares da. DINÂMICA SOCIOESPACIAL DO COMÉRCIO POPULAR DE CONFECÇÃO NO CENTRO DE FORTALEZA. 157 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Geografia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.

[1] É um ramo da economia urbana composta por atividades e serviços não modernos, geralmente abastecidos pelo nível de venda e varejo e pelo comércio em pequena escala, utilizando para essa finalidade, o trabalho intensivo em lugar da tecnologia.

[2] Ramo da economia relacionado diretamente à alta tecnologia formado por atividades ligadas ao setor terciário de serviços: bancos, comércio e indústria de exportações, comércio atacadista e transporte, serviços modernos.

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