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Universidade Federal do Ceará
Laboratório de Planejamento Urbano e Regional

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Práticas de Lazer Marítimas na Orla de Fortaleza, CE.

ADAPTADO POR:

Kaio Duarte VIEIRA

duartekaio1@gmail.com

Universidade Federal do Ceará

 

As práticas de lazer na orla de Fortaleza podem ser compreendidas a partir da inserção do litoral do município à lógica urbana. Essas mudanças estão associadas ao final das décadas do século XX e início do século XXI, e ajudam a entender a atual formação desses espaços: Praia de Iracema, Praia de Sabiaguaba, Praia do Futuro e Praia do Caça e Pesca, por exemplo. Para compreender essas modificações no espaço e na sociedade, são pertinentes para discussão uma busca histórica e geográfica aprofundada e baseada em leituras direcionadas à turistificação da orla marítima de Fortaleza. Torna-se essencial o uso de arquivos históricos juntamente com a realização de entrevistas aos usuários do espaço, para compreender as transformações da paisagem marítima de Fortaleza e seus impactos no cotidiano das pessoas.

A integração da orla ao espaço urbano permite aos moradores locais e turistas conhecerem uma nova cidade, agora, direcionada para o litoral. Os cidadãos já há algum tempo incorporam as praias ao cotidiano e constroem novo imaginário acerca do mar e do marítimo. A consolidação da orla marítima de Fortaleza está associada à democratização das práticas de lazer, antes restrito a determinados grupos de pessoas e de atividades econômicas.

As mudanças nos usos e apropriações da orla estão associadas aos recursos públicos, principalmente, e aos investimentos privados.  A abertura da Avenida Beira Mar, a Avenida Leste Oeste e da Avenida da Abolição facilitaram a mobilidade urbana e assim, o acesso tanto por de turistas nacionais e internacionais, como pela sociedade local.

Inequivocamente, o turismo  dinamiza a economia da cidade, sobretudo, com o uso de transportes particulares e públicos, hospedagens, utilização de restaurantes e bares, que reproduzem o espaço sob novas formas de uso. O calçadão e os passeios a beira mar são, de fato, os principais espaços turistificados de Fortaleza. Desde a orla da Beira Mar até o Mucuripe, relevante espaço da orla do município, observa-se a predominância de atividades de conveniência e cultura e espaços para práticas de esportes. O setor de consumo, casas de shows, restaurantes, bares e quiosques, são predominantes nos entornos dos grandes hotéis localizados no bairro Meireles, os quais recebem turistas nacionais e internacionais (Figura 1).

Figura 1 – Espaços de Lazer da Beira Mar.

Ao longo das décadas de 1970 e 1980, os projetos de requalificação da Beira Mar, da Sabiaguaba e também da Praia do Futuro permitiram a reforma de equipamentos turísticos, iluminação pública e linhas de transporte público, o que atraiu diversos grupos sociais da cidade, tanto de alta como de baixa renda. A orla é um espaço de socialização cultural, religiosa e esportiva que permite o convívio social entre grupos étnicos e sociais distantes (Figura 2). O lazer praiano caracteriza-se pela sua flexibilidade e o seu papel integrador, pois possibilitam que perfis diversos usufruam do mesmo ambiente (SILVA, 2018 p.150).

Figura 2 – Intervenções governamentais

Importante ressaltar o elo criado entre os cidadãos fortalezenses e o litoral. De acordo com um grupo de 156 entrevistados, entre moradores fortalezenses e da Região Metropolitana, o espaço é o destino principal para as grandes festas, como o Réveillon e o Carnaval. A partir do momento que temos pessoas participando com frequência de eventos e atividades que ofertam alguma atração, seja um show, um esporte, uma apresentação de dança, por exemplo, evidenciam a inserção daquele espaço no cotidiano delas (SILVA, 2018 p. 145).

Referências Bibliográficas

SILVA, Regina Balbino da Silva. O Lazer popular nos espaços à beira-mar em Fortaleza-CE, Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Fortaleza, 2018.

Disponível em: <http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/36747/3/2018_diss_rbsilva.pdf>. Acesso em 12 de novembro de 2020.

 

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